Teoria da Mudança: o que é, como funciona e como usar na prática.
Esse é um guia para você conhecer umas das principais ferramentas de planejamento de mudança social utilizadas pelas OSC´s, e que diversas empresas agora estão adotando.
1) O que é Teoria da Mudança e qual é a sua importância?
2) Estrutura de uma Teoria da Mudança
3) Como aplicar a Teoria da Mudança na pratica?
Você irá descobrir neste texto algo que dará mais sentido aos seus projetos de alto impacto. Seu planejamento será mais fácil e sua comunicação será mais clara com os stakeholders. Muitas empresas e negócios sociais já estão se aproveitando dos seus benefícios, e você poderá fazer o mesmo. Mas antes, deixe-me contar uma história.
Paulo e Roberta haviam preparado uma apresentação para a diretoria e para o novo presidente que acabara de chegar à empresa. Quando todos chegaram, apresentaram os resultados das ações de impacto social em que a empresa investira naquele ano. Antes do término da apresentação, a diretoria já se antecipou elogiando o bom trabalho da equipe. Quando todos finalizaram suas falas, o novo presidente olhou para os dois e perguntou:
"Os projetos são realmente muito lindos, mas, que impacto esperamos na vida dessas pessoas daqui a 5 anos? O que esses projetos possuem de sinergia com a estratégia da empresa?"
Os profissionais que buscam fomentar projetos de impacto nas empresas lidam constantemente com novas expectativas e desafios. A Teoria da Mudança é uma ferramenta fundamental de planejamento que ajuda profissionais que buscam uma mudança social, como Paulo e Roberta.
O que é Teoria da Mudança e qual é a sua importância?
A Teoria da Mudança é uma abordagem funcional de planejamento estratégico que estrutura de forma clara e objetiva a cadeia de valor de impacto por meio de uma representação visual de fácil assimilação. É um processo que esclarece e simplifica a maneira como pensamos a mudança social e acreditamos ser capazes de alcançar um lugar melhor a partir de uma certa lógica e de mudanças de ação.
Por meio dela, avaliam-se as condições que influenciam o alcance dos resultados, antecipam-se prováveis efeitos e orienta-se o que deve ser avaliado, quando e como.
Um profissional que busca potencializar as ações sociais precisará em algum momento passar pela Teoria da Mudança porque:
-
Favorece o posicionamento e a comunicação de uma iniciativa pela empresa.
-
Engaja stakeholders em visões compartilhadas.
-
Cria expectativas realistas sobre uma iniciativa e seus resultados.
-
Colabora para um planejamento mais concreto, com metas realistas e melhor destinação dos recursos.
-
Oferece uma representação visual didática que facilita a comunicação entre os envolvidos.
Uma vez elaborada a Teoria da Mudança, compreendemos melhor o objetivo social específico da iniciativa a que nos propomos e, com isso, podemos então definir indicadores para acompanhamento, o que se traduz em grande importância para o momento atual de mercado e relevância das ações e práticas no contexto ESG.
Estrutura de uma Teoria da Mudança
Para pensarmos em uma mudança social e desenvolver a Teoria da Mudança dentro de uma organização, na comunidade e parceiros estratégicos, é preciso dividir o seu processo em duas etapas.
Primeira etapa: Processos da criação da mudança
A primeira ação que precisamos realizar quando iniciamos esta etapa é identificar qual é o processo de mudança social que queremos alcançar e quais são os pressupostos ou hipóteses que orientam essa mudança a atingir os impactos de longo prazo. Isso quer dizer, para onde focaremos nossa energia para atingir realidades futuras não apenas desejáveis, mas possíveis e prováveis.
Um exercício que você poderia realizar é criar visualmente esse primeiro processo de pensamento para auxiliar seus argumentos e raciocínios, como o exemplo abaixo.
Durante a realização desse primeiro passo, há também uma intensificação e aprofundamento dos atores-chave que apoiam o processo de mudança. É importante especificar com detalhes qual é o público-alvo da mudança, qual é a mudança que se deseja realizar para sinalizar seu sucesso e qual é o período em que se espera que a mudança ocorra.
Quando falamos em realizar uma mudança com um público-alvo, é importante identificarmos a capacidade dos atores-chave em influenciar o processo de mudança. Para isso, é necessário separar quem são as organizações sociais, entidades públicas, corporações privadas, indivíduos-chave, etc., comprometidos em contribuir com o processo, daqueles que são contra a mudança ou que nem sequer são contra ou a favor, os chamados neutros, mas que também são atores importantes, visto que possuem comunicação com os dois lados.
Uma vez decidida a mudança desejada, os pressupostos foram tão revistos a ponto de contribuírem para interpretar a realidade e qualificar melhor a argumentação. Os atores-chave/público-alvo foram identificados, classificados e avaliados de acordo com os seus interesses. Chegou a hora de realizar a segunda etapa: o desenho da Teoria da Mudança.
Segunda Etapa: Desenho da Teoria da Mudança.
A segunda parte consiste na preparação dos trabalhos e construção do desenho da narrativa da Teoria da Mudança. É neste momento que buscamos materializar. Para isso, é necessário realizarmos sete ações:
-
Preparação para a reunião ou reuniões da construção.
-
Identificação clara dos impactos e pressupostos.
-
Criação do Mapa da Mudança - Desenhando conexões.
-
Construção dos Indicadores.
-
Definição clara das intervenções ou atividades.
-
Narrativa da história.
-
Integração ao gerenciamento de programas/projetos.
Com essas sete ações bem definidas, você poderá construir o desenho da Teoria da Mudança. Mas lembre-se, ao criar critérios que definem o sucesso ou mesmo indicadores de desempenho, o objetivo que precisa ser avaliado é mostrar impacto por meio de mudanças na vida dos beneficiários, não apenas por números.
Quando você estiver avaliando projetos e verbas, cuidado ao utilizar critérios que definem o sucesso como um grande crescimento linear, onde os números de impacto se multiplicam a cada ano. O ideal é buscar o sucesso por meio de mudanças no desenvolvimento e comportamento das pessoas e da sociedade como um todo. Aqui estão algumas dicas para seguir essas sete ações:
-
Crie uma estrutura de governança inicial: estabeleça um grupo ou entidade responsável por direcionar os esforços na criação da Teoria da Mudança.
-
Identifique as partes interessadas e estabeleça quem entra no começo ou final do processo.
-
Faça a análise de contexto e busque entender as causas raiz do contexto atual e seus pressupostos.
-
Identifique os riscos iniciais e oportunidades.
-
Lembre-se de que o mapa é um conjunto de passos conectados em direção ao objetivo de longo prazo. Mantenha uma lógica coerente com as necessidades e recursos existentes.
-
Caso não saiba como construir os indicadores, uma dica é iniciar a construção pensando em quatro partes: população, meta, limiar de sucesso e tempo.
Criar a Teoria da Mudança e operacionalizá-la são duas coisas diferentes, mas precisam se conversar. O olhar sistêmico auxilia nesse vínculo entre a Teoria da Mudança e a Prática da Mudança.
Calma, não iremos deixar você na mão. Abaixo está um exemplo simples de narrativa que você poderá usar na construção da sua Teoria da Mudança. Eu já usei e deu muito certo.
Como aplicar a Teoria da Mudança na pratica?
Você terá agora o depoimento de uma pessoa que praticamente colocou a Prática da Teoria da Mudança para funcionar.
Liderei um projeto incrível por 4 anos e vi como a iniciativa se transformou num programa de sucesso, com entrevistas em jornais de televisão em dois municípios do Brasil, atingiu mais de 100 famílias e movimentou investimentos na ordem de R$ 8 milhões.
A primeira dica que posso dar é que a Teoria da Mudança deve ser externalizada, explorada e revisitada. Os stakeholders devem saber que o projeto tem um objetivo central e que, ao participar, eles também estarão contribuindo para o atingimento dessa mudança. Essa é a grande dica que faz toda a diferença no longo prazo, dá sentido às ações e traz grandes parcerias.
A teoria na prática é um caminho com entornos. Durante 2020, passamos pela pandemia com grandes desafios de escopo e expectativas. Nessa trajetória, se tivéssemos engessado o projeto, hoje o programa não teria os mesmos grandes resultados. Isso se deve ao olhar de longo prazo. O olhar de longo prazo minimiza riscos e oscilações. Trago esse tema porque ele foi um fator crítico de sucesso. Sem esse olhar de longo prazo, e com a teoria ajudando muito nisso, o programa não teria durado após a pandemia.
Durante minha liderança, enfatizei muito a objetividade e a transformação que o programa tinha nessas famílias. Isso ajudou a equipe a se tornar mais ágil e motivada.
Trago agora mais dois pontos de atenção:
-
Preste atenção nos pressupostos: Os pressupostos são a validação inicial da necessidade da mudança. Está com dúvidas se sua mudança faz sentido para o público-alvo que deseja atingir? Entre em contato conosco, podemos ajudar a validar sua ideia ou necessidade de atuação em um local.
-
Da Teoria para a Prática: A integração do planejamento versus execução é a chave para um grande início. É muito comum criar a Teoria, utilizá-la apenas como referência e criar o projeto/programa sem conectar os dois. A criação dos objetivos, indicadores, limiares de sucesso e fontes de verificação são tarefas fundamentais. Caso precise, entre em contato conosco. Ajudaremos você nesse desafio. Esta é uma dor de grandes empresas, e você não está sozinho nessa. Aproveite, somos especialistas em monitoramento e avaliação de projetos de alto impacto.
Para finalizar, temos uma grande notícia para você criar sua Teoria da Mudança.
Clique agora no link abaixo e agende sua sessão de consultoria para criação da sua Mudança! Aproveite essa oportunidade e tenha uma grande surpresa ao agendar sua sessão!
Agende sua consultoria
1 h
Gratuito